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Etapa da FIAk no Principado de Jaguaré consagra tricampeão

Rodrigo França vence prova no circuito mais travado da temporada e assume a liderança do campeonato

15.05.2008  |  43 visualizações
O mês de maio é a época de ouro para os amantes do automobilismo em todo o mundo. Afinal de contas, são três grandes eventos que compõem a tríplice coroa do esporte a motor: as 500 Milhas de Indianápolis, o GP de Mônaco de F-1 e a etapa do Principado de Jaguaré da FIAk.

“Não gosto de comparações, é apenas uma coincidência de datas, só isso”, afirmou Rodrigo Ecclestone, que comanda com braço-duro a Federação Internacional dos Andadores de Kart.

A imprensa internacional, no entanto, desmente o discurso do dirigente, que é acusado pelos promotores da F-1 e da Indy de marcar sua etapa mais charmosa justamente para diminuir o retorno publicitário das provas de Indianápolis e de Mônaco. “Isso é besteira. Só corremos no Jaguaré em maio porque é a melhor época para curtir o clima de veraneio do Principado” diz Rodrigo. De fato, esta é a fase do ano em que os luxuosos iates formam um cenário glamouroso na Cote Marrom, às margens do Rio Pinheiros.

Tão desafiador quanto Mônaco, o circuito do Jaguaré exige uma tocada agressiva, mas ao mesmo tempo cuidadosa, porque o piloto corre sempre a centímetros do limite, à beira da proteção de pneus. “É o mesmo que andar em casa de bicicleta”, reclamou Luiz Vicente (-se Mal no Jaguaré). “Odeio circuitos fechados. Sempre fui mal em Física e não entendo nada sobre esta matéria. Toda vez que me explicam como funciona uma lâmpada, pergunto: watts?”, declarou Cássio Cortes.

Já Rodrigo França (Taubatean Airlines) e Rafael Durante não podem reclamar. Pelo contrário, foram os protagonistas da noite desta terça em Jaguaré e agora comandam o campeonato. O piloto de Taubaté venceu pela terceira vez no Principado e tem 15 pontos na tabela, um a mais que Durante, o segundo colocado.

A performance de França no treino classificatório impressionou a mídia estrangeira presente no Principado, ao cravar um tempo quase 1s5 melhor que o de Alexander Grunwald, o segundo colocado. “Tive uma experiência incrível. Era algo que nunca tinha visto antes. De repente, me vi em uma espécie de túnel, e não era eu quem guiava o carro”, disse França, comentando sobre o novo acesso ao Aeroporto de Congonhas, onde passou recentemente com um táxi.

Durante optou pela estratégia da troca de kart, ao obter apenas o oitavo tempo no treino classificatório. Mesmo saindo em 10º com a punição, ele conseguiu abrir brechas no apertado circuito para chegar em segundo lugar. “A tática foi simples, colocava de lado e falava: ou você freia ou nós ficamos por aqui. O duro é que ninguém me ouvia, aqui é muito barulhento”, disse.

Grun também conseguiu seu brilho ao fazer a sua primeira melhor volta em uma corrida. Empolgado com o feito, o carioca foi comemorar com sua equipe e se esqueceu de comparecer à cerimônia de pódio. “É a falta de costume”, desculpou-se. Bruno Terena, o quarto colocado, representou o piloto da Sportv e também embolsou o cheque da premiação, garantindo também um assento no jantar com a família real jaguariana.

O piloto também aparece bem na foto na tabela do campeonato, ficando em quarto lugar, com 9 pontos, entre os feras Guto Oliveira, em 3º, com 10, e Adriano Griecco, em 5º, com 8. “Vou apostar na regularidade. Quem não regula bem não tem espaço na FIAk. Se bem que os campeões anteriores...”, disse, num claro insulto à França. A rivalidade entre os dois foi acentuada justamente no Jaguaré, onde, no ano passado, os dois protagonizaram um duelo até a volta final pela vitória. E o então bicampeão passou o então aspirante à primeira vitória na última passagem.

Cleber Bernucci parece ter sentido a perda do patrocínio das canetas Kilométricas e fez uma corrida para somar pontos –o quinto lugar pode lhe ajudar a subir nos construtores –que segue sob construção. Neste campeonato, a principal ausência foi a equipe DKW-Grandepremio. Os três pilotos, Flavio Gomes, Victor Martins e Bruno Vicaria, não participaram do GP do Jaguaré. Rumores apontam que o próprio Rodrigo Ecclestone impediu a entrada dos caminhões da equipe lusa no autódromo. “No money, no race”, disse, aproveitando para ironizar a situação. “O que acho da ausência deste time? Ora, vai sobrar mais espaço no paddock”, completou. Osvaldo Martins se pronunciou a respeito da crise envolvendo a equipe DKW-Grandepremio. “Ninguém liga para o que acontece no fundo do grid”, afirmou.

Em sexto lugar, Luiz Vicente venceu um intenso duelo com Tiago Mendonça e Cássio Cortes. O piloto da Red Bull fez ótima largada e chegou a andar em terceiro, segurando o pelotão por várias voltas. “Na largada, tomei um toque por trás. Pó, isso não se faz, é sacanagem”, disse Vicente, inocentemente.

Cássio conseguiu levar dois pontos para casa, ajudado pela queda de performance de Tiago nas voltas finais. “Foi problema no tanque”, divulgou a equipe. È que, beirando os 90 kg, “El Tank de Ribeirón”, como é conhecido Mendonça, não consegue chegar ao final das provas. Ao receber a bandeirada no Jaguaré, ele quebrou um jejum de 8 meses –e obviamente aproveitou o feito para celebrar com um Chese-Calabreza tamanho Maracanã no Big X-Picanha, logo depois da corrida. “Este jejum já tava me fazendo mal. Estou acostumado a ficar de barriga cheia”, completou.

Luiz Alberto Pandini foi o nono colocado, à frente de João Alberto Otazu, o décimo –e vencedor na categoria Estreantes. “Foi uma batalha difícil, mas sair daqui com os 10 pontos é fruto do meu intenso esforço. Não tive um segundo sequer de sossego para defender este primeiro lugar”, comentou Otazu.

Grid de largada da 2ª etapa:
1. Rodrigo França
2. Alexander Grunwald
3. Luiz Vicente
4. Tiago Mendonça
5. Cleber Bernucci
6. Cássio Cortes
7. Luiz Alberto Pandini
8. João Otazu
9. Bruno Terena (punido troca kart)
10. Rafael Durante (punido troca kart)

Resultado final
1. Rodrigo França
2. Rafael Durante
3. Alexander Grunwald
4. Bruno Terena
5. Cleber Bernucci
6. Luiz Vicente
7. Cássio Cortes
8. Tiago Mendonça
9. Luiz Alberto Pandini
10. João Otazu

Classificação do campeonato (após duas etapas):
1. Rodrigo França, 15
2. Rafael Durante, 14
3. Guto Oliveira e Bruno Terena, 10
5. Adriano Griecco e Alexander Grunwald, 8
7. Cleber Bernucci e Cássio Cortes, 5
9. Luiz Vicente, 3
10) Tiago Mendonça, 1

Estreantes:
1. João Otazú, 16
2. Rafael Valesi, 10
3. Nei Tessari, 8
4. Rodrigo Mora, 5
5. Marcelo Povreslo, 4
6. Anderson Marsili, 3

Construtores: under construction
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