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Luiz Vicente-se bem no GP 51 e vence na FIAk, mas teste do bafômetro põe vitória sub-judice

Luiz Vicente vence de forma sóbria o 51º GP da categoria, que teve Bruno Terena, em 2º, e Rodrigo França, em 3º

16.10.2008  |  72 visualizações
A Vicentemania está de volta à FIAk (Federação Internacional dos Andadores de Kart), a categoria mais influente do automobilismo mundial – que teve, recentemente, sua receita de corridas noturnas copiada pela F1, numa clara provocação de Bernie Ecclestone a seu sobrinho-neto não-reconhecido, Rodrigo Ecclestone, que comanda com braço-duro a FIAk.

Plágios à parte, a 51ª prova da categoria teve resultado histórico ontem, no circuito de Vila Prudente, no GP Garage Burger. Luiz Vicente voltou a vencer entre os pseudo-jornalistas, fazendo as pazes com a vitória: desde 2004, o piloto da equipe Automotor Esporte não subia no topo do pódio (para fins estatísticos, não são contabilizadas eventuais subidas para fotos promocionais).

“Vim-vi-venci-Vicente!” foi a manchete do jornal “Ma-ma-marca”, de maior tiragem no país de origem do piloto fiakiano e editado por um gajo, ou melhor, gago disléxico.

O resultado, porém, está sub-judice, já que Luiz Vicente venceu o GP 51 da FIAk de forma sóbria. Todos os pilotos haviam assinado um contrato que previa a participação na prova apenas de pilotos que estivessem cheios de uma “uma boa idéia” na cabeça.

“Isso é ridículo. Sou diretor de arte, já costumo ter outra visão de mundo, não preciso de álcool para alterar meu estado de consciência”, disse o piloto, após zerar no teste do bafômetro. Ao saber da profissão de Luiz Vicente, um jornalista inglês causou tumulto na entrevista coletiva, ao fazer insinuações sobre a orientação sexual dos diretores de arte – e alguns adeptos do demo. “Sou casado, mas não tenho filhos. Mas não vou esperar até os 48, tá?”, revelou.

O resultado deixou Luiz Vicente com 18 pontos no campeonato, mas, faltando três provas para o final da temporada, a briga ficou polarizada entre os outros dois pilotos que completaram o pódio de ontem: Bruno Terena, que chegou em 2º, e Rodrigo França, o terceiro colocado.

França tem 39 pontos, 9 a mais que Terena. Como Cássio Cortes e Rafael Durante não marcaram pontos ontem, a FIAk deve repetir o duelo do ano passado, quando França conquistou o tricampeonato sobre Terena com uma vitória na última etapa, na Granja Viana.

“Fui o estreante do ano de 2006. Em 2007, fui vice. Agora, serei campeão. É a pura lógica matemática”, argumenta Terena, que ganhou um aliado de peso nesta disputa: Cássio Cortes. Ontem, o piloto da Red Bull Karting amargou a 11ª colocação no grid. Trocou de kart e largou em último. Vinha recuperando-se e chegou a andar na sexta colocação, até que um pneu furado o tirou da zona de pontos. “Farei tudo para impedir o tetra de França”, disse à imprensa de seu País, a República Popular Gaúcha.

O líder do campeonato diz confiar no bom-senso dos comissários. “Estas palavras do CC não estão cheirando muito bem”, diz França. “Mas, se este sujeito bater em mim, acabará com sua carreira para sempre na FIAk, porque é claro que perderá sua Super Licença”, diz o piloto de Taubaté.

Até hoje, há rumores nunca esclarecidos de que França tem a carreira gerenciada pelo promotor do evento, Rodrigo Ecclestone. “Sei que não sou o piloto mais popular do grid. Mas por isso já providenciei proteção”, diz o piloto, que fechou acordo com a empresa “Leatt Brace” para usar em toda temporada o protetor de pescoço especial para pilotos de kart.

Perder a super-licença é um risco que certamente os pilotos da FIAk preferem não correr. Ontem, o piloto da Stock Car Beto Giorgi chegou a se inscrever na prova, mas teve seus resultados anulados porque não tinha o documento assinado da FIAk. “Pode vir até aquele alemão que vive caindo de moto. Aqui, só corre com nossa permissão”, disse Rodrigo Ecclestone.

Mostrando que é um especialista da Vila Prudente, Alexander Grunwald voltou à pista de sua estréia na FIAk, no ano passado, e quase repetiu o pódio da primeira corrida: chegou na quarta colocação, tendo agora 16 pontos no campeonato, ocupando o 6º lugar na tabela. “Piorei uma colocação em relação ao ano passado, é verdade, mas poderia ser bem pior”, disse, numa clara alusão ao desafeto Tiago Mendonça.

O piloto de Ribeirão Pires era considerado um dos favoritos à vitória, já que venceu pela primeira (e única) vez na carreira na Vila Prudente. No treino classificatório, Mendonça mostrou força e conquistou a pole position. Mas, logo após o treino, viveu um drama: seu kart teve a barra de direção danificada após um toque na zebra e teve que ser reparado às pressas para o GP.

“Deu zebra”, foi tudo o que declarou, ao perceber que o kart não ficou 100%. Com isso, Mendonça perdeu a liderança logo na primeira volta para Vicente. Depois, foi a vez de todo o resto do pelotão passar. Ao final da prova, ele recebeu a bandeirada na 14ª colocação. Depois de cinco etapas, Tiago tem apenas 8 pontos no campeonato.

“Nós precisamos de pontos com nossos dois carros”, disse o chefe de equipe da RF1-Paradise. Rumores na imprensa européia apontam que Mendonça não terá contrato renovado no ano que vem e busca desesperadamente uma nova equipe. A crise mundial também atrapalha o piloto, que tem gordo contrato de patrocínio com o Credit-Ribeirao, um dos bancos que mais apostou nos últimos anos nos sub-primes (primos de segundo grau, em inglês).

Por isso, o mercado –de pilotos– está agitado para 2009. Como Vettel na F1, um novato aparece bem cotado: Daniel Betting mostrou garra ao chegar na 5ª colocação em seu primeiro GP na FIAk – CONQUISTANDO TAMBÉM A VITÓRIA NA ESTREANTES. Sua estréia no automobilismo fiakiano foi na Prova do Milão, disputada em agosto no Rio de Janeiro, naquela que foi considerada a primeira da história mundial com veículos sub-aquáticos. “A experiência anfíbia me ajudou muito”, afirmou o piloto, que cruzou a linha apenas um décimo de segundo atrás de Grunwald.

Também embalado com a boa performance no Rio de Janeiro, João Alberto Otazu conseguiu seu melhor resultado na temporada com o sexto lugar. Além disso, ele CHEGOU EM SEGUNDO na categoria Estreantes e lidera a tabela com 37 pontos, 17 a mais que Marcelo Povreslo, o 4º em sua categoria (12º na geral).

O terceiro na categoria de acesso da FIAk é Lipe Paiga, 3º na Estreantes (9º colocado na geral), logo à frente de Anderson Marsili, o 4º (11º na geral). “Ainda busco o título”, diz Lipe. “Tem playoff na Estreantes?”, perguntou Marsili.

Completando a zona de pontuação na geral, Cleber Bernucci foi o sétimo (“viram como me comportei melhor”, disse), à frente de Luiz Alberto Pandini, que há várias corridas vinha sem marcar um mísero ponto. “A equipe está de parabéns, subimos muito no campeonato”, resumiu o piloto, agora o 16º na classificação geral, com o solitário tento. Panda é o segundo colocado na categoria “ZN”, liderada por Bruno Vicaria, com 2 pontos.

Ontem, o único representante da DKW-Grandepremio sofreu com um péssimo kart, largando em 10º e chegando em 13º. A equipe também enfrenta dificuldades financeiras com a crise mundial, por conta de duvidosas operações de derivativos feitas pelo bilionário russo Flavio Gomes, sócio majoritário da equipe.

O time deve anunciar em breve a entrada de Wagner Gonzalez com um carro de uma equipe subsidiária (batizada de Big Prize, num trocadilho com o nome da equipe original). Ontem, o time chegou a inscrever o kart 96 na prova, mas, de última hora, retirou a inscrição, pois não pagara o montante de US$ 48 milhões. “É que o dólar está nas alturas, o que é um preconceito literalmente muito grande para nosso time”, explicou Beegola.

FIAK WORLD SERIES 2008
Cobertura completa: lajedeimprensa.zip.net

Grid da quinta etapa:
1. Tiago Mendonça, 30s99
2. Luiz Vicente, 31s10
3. Rodrigo França, 31s64
4. Bruno Terena, 31s70
5. Alexander Grunwald, 31s75
6. Daniel Betting, 31s80
7. João Alberto Otazu, 31s94
8. Marcelo Povreslo, 32s14
9. Cleber Bernucci, 32s33
10. Bruno Vicaria, 32s43
11. Cássio Cortes, 32s59*
12. Luiz Alberto Pandini, 33s13
13. Lipe Paiga, 33s31
14. Anderson Marsili, 33s34
15. Miguel Barros, 33s54
16. Wagner Gonzales, DNQ
* trocou de kart e largou em último

Resultado da quinta etapa:
1. Luiz Vicente, 38 voltas (31s08)
2. Bruno Terena, 2s5 (31s21)
3. Rodrigo França, 20s49 (31s33)
4. Alexander Grunwald, 23s64 (31s50)
5. Daniel Betting, 23s74 (31s35)
6. João Alberto Otazu, 1 volta (31s55)
7. Cleber Bernucci, 1 v (32s26)
8. Luiz Alberto Pandini, 2 v (32s62)
9. Lipe Paiga, 2 v (32s74)
10. Cássio Cortes, 2 v (32s45)
11. Anderson Marsili, 3 v (33s54)
12. Marcelo Povreslo, 3v (31s87)
13. Bruno Vicaria, 4 v (31s93)
14. Tiago Mendonça, 4 v (31s38)
15. Miguel Giorgi, não completou
16. Wagner Gonzalez, DNS
* Beto Giorgi participou da corrida, mas não marcou pontos por não ter Super Licença da FIAk.

Classificação do campeonato (após cinco etapas):
Classificação do campeonato (após cinco etapas):
1 Rodrigo França, 39 pontos
2 Bruno Terena, 30
3 Cassio Cortes, 23
4 Rafael Durante, 22
5 Luiz Vicente, 18
6 Alexander Grunwald, 16
7 Guto Oliveira, 10
8 Adriano Griecco, 8
Cleber Bernuci, 8
Tiago Mendonça, 8
11 Leonardo Murgel, 5
12 Daniel Beting, 4
13 Joao Alberto Otazu, 3
14 Bruno Vicaria, 2
Carsten Horst, 2
16 Marcelo Povreslo, 1
Luiz Alberto Pandini, 1

FIAk Estreantes
1 Joao Alberto Otazu, 37
2 Marcelo Povreslo, 20
3 Lipe Paiga, 16
4 Nei Tessari, 13
5 Daniel Beting, 10
Rafael Valesi, 10
Rodrigo Pomponi, 10
8 Rodrigo Mora, 8
Rafael Mantovani, 8
Anderson Marsili, 8
11 Ricardo Fischers, 4
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