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SENNA - FENÔMENO NA PISTA. FENÔMENO NA MÍDIA

Introdução

30.04.2007  |  421 visualizações
Na manhã de domingo, 1 de maio de 1994, o Brasil acordava mais cedo, como estava acostumado a fazer por vários e vários anos. Só que aquele Dia do Trabalhador seria marcado para toda uma nação como o fatídico dia em que um de seus maiores ídolos, Ayrton Senna, finalizava sua história de conquistas e glórias na Fórmula-1, com um trágico e fatal acidente na Curva Tamburello, durante o GP de San Marino.

O trágico final da vida de Ayrton Senna provocou a maior comoção pública da história recente brasileira, embalada pelo poder do impacto da televisão. Durante todo o episódio, a instantaneidade das transmissões, a força dramática das imagens, a cobertura intensiva das emissoras ajudaram a formar um intricado oceano coletivo de emoções, como ressaltou o pesquisador Edvaldo Pereira Lima.

A morte ao vivo para milhares de lares (não apenas no Brasil, mas em todo o mundo) comoveu o planeta. E ajudou a transformar o tricampeão da categoria em um mito, uma lenda do esporte. No País, Senna teve um funeral digno de Chefe de Estado, levando verdadeiras multidões às ruas para se despedirem daquele ídolo de quem pareciam ser tão familiares.
E a mídia acompanhou tudo vorazmente.

Entre 2 e 6 de maio de 1994, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, O Povo, de Fortaleza, e Diário Catarinense, de Santa Catarina, ocuparam 340 páginas sobre o assunto (Ayrton Senna) e publicaram 208 cartas de seus leitores sobre o piloto. Entre crônicas, artigos, colunas e comentários assinados, os seis jornais abriram 26 páginas e meia para colaboradores e jornalistas opinarem sobre a tragédia. Senna foi assunto de 924 textos, 826 fotos e 67 ilustrações.

Em menos de uma semana, chegaram às bancas 2,3 milhões de exemplares de revistas extras, que totalizaram mais 432 páginas dedicadas a Senna. A maior parte das edições se esgotou. E o faturamento bruto das editoras totalizou 6,2 milhões de dólares, conforme aponta levantamento feito por Paulo Scarduelli, em 1995.

O Brasil, claro, nunca mais foi o mesmo.

Houve um legado, bastante positivo, de valores que Ayrton Senna levava para a pista junto com suas conquistas. Estas manifestações certamente se tornaram referências para outros atletas de vários esportes, que viram no exemplo do piloto paulistano a chance de exaltar sentimentos como patriotismo, esperança e até mesmo preocupações com questões sociais, iniciadas pelo projeto do Instituto Ayrton Senna e que hoje se tornaram freqüentes entre astros do
esporte brasileiro e mundial, sobretudo no futebol.

Ainda que tantas mudanças positivas tenham sido possíveis apenas devido à comoção que tomou conta de todos com o triste episódio, que também fez em parte muitos esquecerem de todos os defeitos e fraquezas que Senna, como qualquer ser humano, possuía, o acidente em Ímola trouxe uma nova missão para os jornalistas esportivos: manter a cobertura do automobilismo mesmo sem a presença do ídolo.

A questão, certamente bastante delicada, foi o ponto de partida para este mestrado, que agora se torna livro. Vale ressaltar que esta pesquisa é fruto de um trabalho que usa prioritariamente as fontes jornalísticas, buscando interpretar os fatos e a grande quantidade de informação coletada sob luz da bibliografia que traz dados interessantes sobre mídia, automobilismo, marketing esportivo, jornalismo, TV, psicologia, a questão do mito, entre outros.

Esta característica do trabalho mostra a tentativa de trazer o máximo de análise possível em torno da questão mídia-Ayrton Senna, não tendo como meta principal a busca pela erudição científica.

A proposta é verificar até onde a existência do ídolo nesta área justificava a sua preocupação com a cobertura jornalística do esporte a motor, que, diferentemente do futebol, começou a cair no gosto popular justamente com os primeiros relatos das conquistas de Émerson Fittipaldi na Europa, nos anos 70, na Fórmula-1. Um passado relativamente recente que teve uma sucessão de trono logo no final dos anos 70 e início dos anos 80, com o surgimento de outra estrela deste esporte nascida no Brasil, Nelson Piquet.

Este legado continuou se perpetuando com a chegada de mais e mais pilotos brasileiros à principal categoria do automobilismo mundial e se acentuou mais do que nunca na fase de ouro de Ayrton Senna na categoria. Com a conquista dos títulos de 1988, 1990 e 1991, o Brasil viveu seu auge na Fórmula-1, e possivelmente se possa dizer o mesmo do esporte, que esteve no topo das preferências nacionais nesta época de glórias, fazendo com que os jornalistas tivessem que se especializar cada vez mais neste esporte.

O auge do sucesso brasileiro na Fórmula-1 coincidiu com uma era em que o grande esporte popular, o futebol, estava bastante decadente, com a Seleção Brasileira ainda amargando uma série de fracassos nos campeonatos, em especial na Copa do Mundo, onde o Brasil se vangloriava de ser o melhor do planeta, mas que desde 1970, com a conquista do tricampeonato no México, com o brilhante time de Pelé, Rivelino, entre outros, não trazia nenhum grande título para o País.

Fase que, por sinal, parecia viver o automobilismo até a chegada de um novo e revigorante fôlego para a torcida: Felipe Massa. Isso passada mais de uma década após a morte de Ayrton Senna. Por isso, o foco deste livro será justamente entender o que motiva tantas mudanças de tratamento pela mídia a um ou outro esporte.

É bastante claro que basta haver um ídolo para que haja cobertura suficiente nas páginas de jornais, revistas, nos noticiários da televisão, do rádio e, recentemente, da Internet. Surgimentos de fenômenos de modismo, como o tênis, sobretudo após a conquista de Gustavo Kuerten do importante torneio de Roland Garros, na França, mostram que o gosto do público e o chamado “fato jornalístico” crescem na medida do sucesso de um brasileiro no exterior, o que explica a frase de muitos torcedores de Senna que deixaram de acompanhar o esporte depois de sua morte simplesmente porque não veriam mais o sucesso de seu representante nos circuitos do mundo.

Simplesmente, o “Brasil que dava certo” deixava de existir, pelo menos neste esporte.

Também analisaremos a questão da perda do ídolo, a dor causada pela morte de Senna e o processo de luto que a própria mitologia e a psicologia moderna abordam. Assim, o livro busca compreender melhor esta dinâmica do jornalismo esportivo, onde sua atuação se faz tão presente no cotidiano das pessoas, a ponto de modificar hábitos, como acordar ou não cedo no domingo, mas que também pode se tornar um poderoso instrumento de negócio e de interesse quando se especializa apenas em divulgar heróis e utilizar o lazer do público como um verdadeiro “business” (assim mesmo, entre aspas).

Uma área da mídia que nem sempre é tratada com a devida importância nas redações ou mesmo nos ambientes acadêmicos, mas que, sem dúvida, constitui uma das editorias jornalísticas de maior interesse dos grupos de mídia não apenas do Brasil, como no mundo, principalmente se lembrarmos da importância do esporte na atual sociedade globalizada.
Não há dúvidas que se mostra, portanto, extremamente importante tentar compreender os mecanismos de seu funcionamento, por meio de um caso bastante representativo, como o acontecido com a cobertura automobilística em nosso país nos últimos anos, e de que forma ela foi afetada com a morte de Ayrton Senna e, conseqüentemente, a perda de seu maior ídolo e personagem construtor de manchetes.

Nesta área tão específica do jornalismo, este livro permitirá observar quais as características peculiares do esporte transformam a rotina do profissional que atua neste segmento, bem como a necessidade perante a criação de heróis difere da prática exercida em outras editorias.

No caso brasileiro, a análise do esporte pode ir ainda mais além, já que é por meio dele em que muitos dos valores nacionais podem ser analisados em larga escala, como a auto-estima de seus cidadãos, o patriotismo e o relacionamento externo com outras nações do planeta.

O objeto desta pesquisa é a cobertura jornalística de um esporte que faz sucesso há um tempo relativamente curto no país: o automobilismo, esporte que não possuía tradições no país (na América do Sul, era a Argentina que vivenciava o esporte a motor, ainda nos anos 50, com lendário Juan Manuel Fangio).

O esporte, no entanto, caiu nas graças da mídia a partir do sucesso do jovem Emerson Fittipaldi na Fórmula-1, e os jornalistas tiveram que rapidamente começar a entender toda aquele linguajar técnico típico de um box da Fórmula-1: pneus slicks, grids de largada, pitstops, safety cars etc. Não por acaso, o Brasil, diferentemente de Portugal, adota em seu cotidiano jornalístico o uso de diversas expressões no original em inglês.
Com o sucesso de Nelson Piquet e logo em seguida de Ayrton Senna, o país assistiu a um verdadeiro “boom” pelo interesse do esporte a motor, sobretudo pela Fórmula-1, principal e mais glamourosa competição do mundo, onde o país conquistava títulos e mais títulos, todos regados ao posteriormente célebre “Tema da Vitória”, entoado patrioticamente nas transmissões da TV Globo.

Mas o que fez todo este aparato desenvolvido em pouco mais de 20 anos com o baque da perda de sua principal referência, e ainda por cima de forma tão trágica? Como os jornalistas que cobriam a area conseguiram lidar com a perda de seu principal “produto” e fonte, que parecia até então receita inesgotável de preenchimento de páginas e mais páginas ou de horas e horas de transmissões em mídia eletrônica?

O desinteresse do público pelo automobilismo nos dias, semanas, meses e anos seguintes teria sido fruto justamente de perda do ídolo? Ou simplesmente teria sido uma constatação de que o interesse, na verdade, nunca havia sido criado em torno do esporte, que teria sido facilmente reposto por um outro, como o tênis, por exemplo, caso surgisse um ídolo nacional capaz de levantar a bandeira brasileira no topo do mundo com a mesma freqüência que Ayrton Senna o fazia a cada 15 dias? Perguntas como estas, que, sem dúvida, se desdobrarão em outras várias questões, serão analisadas neste livro, buscando, desta forma, elucidá-las da melhor maneira possível.

A pesquisa para tentar compreender o jornalismo esportivo inicia-se, antes de mais nada, com minha convivência diária com o tema, já que trabalho nesta área desde 1996, ainda como estudante de jornalismo por meio de uma bolsa de estágio entre a ECA (Escola de Comunicações e Artes) e o CEPEUSP (Centro de Práticas Esportivas da USP). Para o trabalho de mestrado, no entanto, foi intensificada, na primeira fase desta pesquisa, a coleta de informações e notícias referentes à área em questão, ou seja, a cobertura jornalística do automobilismo nos últimos anos. O trabalho de busca de matérias em arquivos de grandes jornais, como a Folha de S. Paulo, o Estado de S. Paulo, entre outros.

A varrição de acervos contendo transmissões esportivas e reportagens em televisões e rádios também serviu como ponto de partida para a comparação de como é feito o trabalho de acompanhamento do automobilismo, sobretudo da Fórmula-1, na época de Ayrton Senna, e nos anos seguintes à sua morte, em 1994.

Ainda nesta questão, faz-se essencial a busca por informações e matérias nos periódicos atuais, para a análise do surgimento de outros pilotos, como Rubens Barrichello e Felipe Massa, ou mesmo de outros esportes. Destaque também para a coleta de material no ano de 2004, quando se completaram dez anos sem o esportista e que muitas publicações aproveitaram o “gancho” da data para lançar matérias exclusivas, coletâneas, livros, DVDs, revistas especiais e outros produtos relacionados a Ayrton Senna.

O mesmo pode ser dito de programas de rádio e televisão, onde se destaca o farto material apresentado em programas da TV Globo, como Jornal Nacional, Globo Repórter e Fantástico.

Depois de analisar o cotidiano e a forma de trabalho do jornalista esportivo, a parte mais intensiva da pesquisa começa com a busca de informações e dados que possam ilustrar o livro, tais como índices de audiência da Fórmula-1 na época de Senna e, atualmente, tiragem de revistas especializadas.

Outra fase fundamental foi a de entrevistas com profissionais que atuam na cobertura jornalística de automobilismo, sobretudo aquelas que conviveram na época de Senna e que ainda hoje se mantêm relacionados à área. Nesta parte da pesquisa, destaque para conversas com jornalistas como Galvão Bueno e Reginaldo Leme (TV Globo), Lívio Oricchio (O Estado de São Paulo), Flávio Gomes (Rádio Bandeirantes), Castilho de Andrade (Jornal da Tarde), Luiz Alberto Pandini (Revista Grid), Marcus Zamponi (Racing), entre outros. Estes profissionais vivenciaram este processo de transformação do jornalismo esportivo automobilístico e cuja experiência será de grande valia nas conclusões deste trabalho.

O livro terá por base a análise do jornalismo esportivo, e logo de cara uma das principais dificuldades encontradas para o trabalho nesta área de atuação foi justamente a quantidade pouco satisfatória de livros a respeito do estudo deste campo do jornalismo.

Uma das bases para o estudo foi o recém-lançado “Jornalismo Esportivo”, de Paulo Vinícius Coelho, que trata em sua obra justamente a pouca importância que é dada a esta segmentação tanto no mercado quanto no meio acadêmico. Talvez esta pouca quantidade de material ocorra pelo próprio fato do jornalismo esportivo não ser encarado como uma cobertura séria até meados dos anos 60, quando finalmente ganhou contornos de assunto sério e passou inclusive a ter tratamento diferenciado dentro das redações, com a cobertura feita por profissionais especializados e seções e páginas exclusivas (até que se formaram os primeiros cadernos de Esporte).

A explicação deste fenômeno é inclusive um dos pontos altos do livro “Jornalismo Esportivo”, embora ainda pese o fato dele ter o seu foco voltando sobretudo para o estudo da cobertura de futebol.

Ainda assim, há destaque para trabalhos acadêmicos que focam a área de esportes, como os desenvolvidos pelo professor José Coelho Sobrinho, do Departamento de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP), José Guilmar Mariz de Oliveira e o também professor Pascoal Luiz Tambucci, da EEFEUSP (Escola de Educação Física da USP). Ele, logo no primeiro capítulo da obra, coloca de forma precisa a estreita ligação entre esporte e comunicação, sobretudo na fase econômica atual, em que o mercado global viu um negócio lucrativo e, que portanto, deve ser propagado em massa para bilhões de pessoas, em eventos como a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos e a F-1.

Tambucci também contribuiu muito para o trabalho com sua obra “O Funcionamento do Discurso do Marketing Esportivo em Campanhas Publicitárias e Matérias Jornalísticas”, em tese de mestrado na USP. Também desta universidade, destaque para Edvaldo Pereira de Lima, com o livro “Ayrton Senna, Guerreiro de Aquário”, que faz um belo retrato da simbologia envolvida na perda de um dos maiores heróis nacionais, cuja morte em transmissão ao vivo pela TV causou comoção digna de grandiosos funerais de Chefes de Estado. Na área de esporte, há ainda os trabalhos de Mauro Betti, em “Esporte e Sociologia” e Eliane Jany Barbanti (“Esporte e Psicologia”).

Esta análise de psicologia, por sinal, é uma área onde este livro também procurará algumas respostas, ainda mais analisando a importância e o surgimento do ídolo na esfera do esporte e seu papel em uma sociedade como a nossa. A análise do significado dos mitos vai desde livros mais recentes, como em obra elaborada por Liz Greene e Juliet Sharman-Burke, como nos mais clássicos do tema, como os que enfocam a mitologia, como Kátia Rúbio, em “O imaginário esportivo – o atleta contemporâneo e o mito do herói”, tese de doutorado na USP, além de Joseph Campbell, em “O Poder do Mito”.

Outros autores serão fundamentais para tornar mais profundo o estudo sobre o fenômeno Ayrton Senna nas pistas do automobilismo mundial, este sim um tema com várias obras existentes, bem como retratando o esporte em geral, especialmente a Fórmula-1. São autores como Lemyr Martins, que publicou dois livros sobre o tema, “Os Arquivos da F-1” e “Uma Estrela Chamada Senna”.

Este último relata de forma precisa cada corrida que o piloto disputou em sua carreira na Europa, e também traz o depoimento de pessoas importantes ligadas a Senna, sobretudo aquelas pouco dadas às declarações na mídia, como a mãe e o pai de Ayrton.
Ainda na área de análise de Ayrton Senna, e seu papel de herói brasileiro intensificado pela mídia, há também as obras de Eduardo Correa, Paulo Scarduelli, Daniel Piza, escritor e jornalista de “O Estado de São Paulo”, Reginaldo Leme, comentarista da TV Globo e que acompanhou a carreira de Senna desde a F-3 Inglesa, Alex Dias Ribeiro, e, mais recentemente, Ernesto Rodrigues, que lançou a bibliografia do tricampeão em 2004.

Esta é a obra mais recente enfocando o piloto, entitulada “O Herói Revelado”, e causou bastante polêmica na época de sua divulgação, até porque esmiúça bastante a vida particular de Senna, desde suas brigas com outros pilotos até mesmo questões de problemas familiares e de sua namorada na fase final de sua vida (Adriane Galisteu).

O belo livro de Rodrigues traz capítulos onde o contato de Senna com a mídia é destrinchado de forma interessante, com relatos bastante precisos dos correspondentes de F-1 dos principais jornais do país. Outros livros focando o esporte a motor também serão analisados, com nomes como Sid Watkins, médico oficial da Federação Internacional de Automobilismo e que acompanha o esporte há décadas, o jornalista português Francisco Santos, o inglês Nigel Roebuck, e do piloto Gerhard Berger, companheiro de equipe de Senna de 1990 a 1992 na McLaren, a quem também procurei em entrevistas a fim de esclarecer melhor o tema deste livro.

Além dos autores acima citados, o livro também incluirá a pesquisa de escritores e jornalistas especializados na área do jornalismo esportivo automobilístico, como os colunistas Celso Itiberê, Odinei Edson, Nilson Cesar, Alex Ruffo, Celso Miranda, José Henrique Mariante, Fabio Seixas, entre outros já citados. É a partir do depoimento destes profissionais e das leituras existentes sobre o jornalismo esportivo e Ayrton Senna que partem os dois primeiros capítulos.

No primeiro, “Jornalismo esportivo”, começamos com um breve histórico da cobertura esportiva na mídia brasileira, remetendo a importância do esporte na história do homem até chegarmos aos dias de hoje, com sua relevância acentuando-se sobretudo no século 20, com a chegada de novos meios de comunicação e revistas e jornais especializados _destacando o surgimento do automobilismo e sua imprensa segmentada.

Depois, no capítulo 2, é a vez de conhecermos a trajetória de Ayrton Senna, e entender por que o piloto brasileiro é considerado um dos maiores esportistas do mundo. Escreveremos sobre o começo no kart e a importância do sucesso de seus antecessores, Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet, que ajudam a explicar porque o Brasil prestou tanta atenção em suas façanhas, algumas delas memoráveis e que serão retratadas nesta parte do livro, como as atuações no GP Brasil de 1991 ou no da Europa de 1993.

A parte seguinte do trabalho busca mostrar, no capítulo 3, o
relacionamento de Senna com a mídia, de sua exposição nas páginas esportivas, como um típico herói. Também tentamos entender sua importância para a imprensa, com o aumento de vendas e números de audiência, e o estreito caso de ligação entre o piloto e a TV Globo e as imagens em que ele carregava para o alto do pódio a bandeira nacional.

Além disso, veremos como a mídia, do Brasil e do exterior, cobriu a morte de seu grande ídolo e, a partir deste ponto, migramos para o capítulo final, o 4, em que abordamos a dificuldade do homem em aceitar a perda de seu herói. Verificamos também o comportamento dos torcedores, que além de sofrer com a morte de Senna, também buscaram suprir esta necessidade em outros esportes, às vezes sem sucesso, como no caso de Barrichello, mesmo em sua ida para a Ferrari, em 2000.

Esta parte do trabalho irá abordar ainda a memória do piloto dez anos depois de sua morte, mostrando o trabalho da mídia em manter viva a memória do piloto, com publicações especiais e enaltecendo o trabalho do Instituto Ayrton Senna.

O capítulo final também analisa a mudança na cobertura do automobilismo pela imprensa, e sua tentativa fracassada em achar um herói compatível com Senna, seja em Barrichello, seja em outros brasileiros que foram para a F-1, seja em outros esportes.

Para finalizar, o livro conclui com referência a diversos autores a necessidade da sociedade, e por conseguinte, da imprensa, sobretudo a esportiva, de oferecer modelos e heróis ao seu público, inclusive para poder lhe reforçar sentimentos como a sua auto-estima e patriotismo.
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